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Bolsonaro anuncia filósofo colombiano como ministro da Educação

folhapress

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), anunciou o colombiano naturalizado brasileiro Ricardo Vélez Rodriguez como ministro da Educação do futuro governo. O anúncio foi feito por ele pelas redes sociais.

Rodriguez foi chamado às pressas de Juiz de Fora (MG) para conversar com Bolsonaro após reação de evangélicos ao vazamento, na última quarta, de que Mozart Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, havia aceitado convite de Bolsonaro.

Durante o dia, Bolsonaro afirmou que o procurador Guilherme Schelb era um dos cotados para a vaga. Eles chegaram a se reunir na Granja do Torto nesta quinta, criando expectativa de que seria anunciado.

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Indicado como ministro da Educação, Rodríguez é formado em filosofia pela Universidade Pontifícia Javeriana e em teologia pelo Seminário Conciliar de Bogotá. Hoje é professor associado da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).

Nascido em 1943, ele é autor de livros como A Grande Mentira - Lula e o Patrimonialismo Petista. A sinopse do título diz: "O PT conseguiu potencializar as raízes da violência, que já estavam presentes na formação patrimonialista do nosso Estado e que se reforçaram com o narcotráfico, mediante a disseminação ao longo dos últimos treze anos, de uma perniciosa ideologia que já vinha inspirando a ação política do Partido dos Trabalhadores: a 'revolução cultural gramsciana'".

A escolha de Rodríguez contou com o respaldo do escritor Olavo de Carvalho que, em outubro, publicou nas redes sociais que era o colombiano quem deveria assumir a Educação. Ele também é apoiado pelos filhos políticos do eleito, em especial do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que acompanhou a conversa.

O anúncio agradou integrantes da bancada evangélica, para os quais o novo ministro tem um perfil não associado à esquerda.

- É um excelente nome. A expectativa é de que ele coloque a educação brasileira nos trilhos e que dê prioridade ao direito constitucional da família de educar - disse o deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), para quem o colombiano impedirá que "a esquerda continue manipulando a educação".

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O futuro ministro foi recebido na tarde desta quinta por Bolsonaro, na Granja do Torto. Esta foi a primeira vez que eles se encontraram. O general Augusto Heleno, que chefiará o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), também estava presente.

O nome do professor já estava cotado para assumir o ministério desde a campanha. Ele foi procurado por assessores de Bolsonaro na tarde de quarta, depois que a bancada evangélica vetou o nome de Mozart.

Nos bastidores do governo de transição, o nome de Rodriguez já era visto como favorito, mas Bolsonaro também procurou Schelb para fazer um aceno à bancada evangélica, que o apoiou durante a campanha e se sentiu desprestigiada com as indicações ministeriais. O procurador era ainda defendido pelo pastor Silas Malafaia, amigo do eleito.

A decisão saiu no início da noite, quando o presidente eleito já se preparava para sair de casa para ir ao casamento de seu futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

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O eleito também conversou nesta quinta com o senador eleito Izalci Lucas (PSDB-DF), indicado pela bancada evangélica para o MEC.

Ainda não foi definido pelo governo de transição qual a estrutura do ministério que será assumido por Rodríguez. A equipe ainda decide se vai unificar a pasta com Cultura e Educação e se Ensino Superior ficará com o MEC ou com Ciência e Tecnologia, que será comandado pelo astronauta Marcos Pontes.

BLOG
Em seu blog, Rodriguez havia escrito um post, com o título Um Roteiro para o MEC, no dia 7 de novembro, em que afirma que já havia sido indicado para o ministério e que havia aceitado a indicação.

De acordo com o texto, ele diz que seu nome foi indicado pelo escritor Olavo de Carvalho, pensador conservador que é um dos gurus do bolsonarismo.

"Amigos, escrevo como docente que, através das vozes de algumas pessoas ligadas à educação e à cultura (dentre as quais se destaca o professor e amigo Olavo de Carvalho), fui indicado para a possível escolha, pelo Senhor Presidente eleito Jair Bolsonaro, como ministro da Educação.", escreveu.

No mesmo post, Rodriguez faz críticas ao modelo de gestão que teria se implantado no MEC, à "doutrinação de índole cientificista e enquistada na ideologia marxista, travestida de 'revolução cultural gramsciana' e à educação de gênero.

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O futuro ministro da Educação critica também o Enem:

"Na linha dos pré-candidatos ao cargo de ministro da Educação foram aparecendo, ao longo das últimas semanas, propostas identificadas, uma delas, com a perpetuação da atual burocracia gramsciana que elaborou, no INEP, as complicadas provas do Enem, entendidas mais como instrumentos de ideologização do que como meios sensatos para auferir a capacitação dos jovens no sistema de ensino."

As críticas de Rodriguez ao Enem e ao Inep, órgão do do MEC responsável pela prova, encontram eco nas críticas feitas pelo próprio Bolsonaro. Logo após a realização da primeiro dia de provas deste ano, o presidente eleito criticou uma questão da prova que tratava do "dialeto secreto" utilizado por gays e travestis e disse que sua gestão no MEC "não tratará de assuntos dessa forma".

Na mesma semana, em vídeo publicado na internet, Bolsonaro afirmou que em seu governo "vai tomar conhecimento da prova antes" da realização do Enem pelos estudantes, medida que confronta critérios técnicos e de segurança do exame.

ENTRAVE
A escolha de Rodriguez chama atenção pelo fato de ter nascido na Colômbia. Porém, de acordo com o artigo 87 da Constituição, que dispõe sobre a escolha dos nomes para o primeiro escalão do Executivo federal, "os ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de 21 anos e no exercício dos direitos políticos".Por brasileiros entende-se tanto os natos como os naturalizados. Somente o Ministério da Defesa requer que o titular seja nascido no Brasil. Rodriguez se naturalizou brasileiro em 1997.

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Os cargos que precisam ser ocupados exclusivamente por brasileiros natos são o de presidente e vice-residente da República, de presidente da Câmara e do Senado, de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), de diplomata e de oficial das Forças Armadas.

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